Neste domingo, 7 de setembro, a Avenida Paulista foi tomada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma manifestação que pediu anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. O evento, que também ocorreu em outras capitais do país, reuniu líderes políticos e religiosos ligados ao ex-presidente.
Entre as autoridades presentes estavam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A mobilização foi convocada pelo pastor Silas Malafaia e contou ainda com a participação de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e do deputado Sóstenes Cavalcante.
Tarcísio defende candidatura de Bolsonaro
Em discurso, Tarcísio de Freitas afirmou que Bolsonaro deve participar das eleições presidenciais de 2026. “Deixa ele ir para a urna, qual é o problema? Bolsonaro é o nosso candidato”, disse. Sem citar diretamente o STF, o governador criticou a atuação do Judiciário, destacando que “não se pode aceitar a ditadura de um poder sobre o outro”.
Michelle Bolsonaro fala sobre prisão domiciliar
Michelle Bolsonaro abordou a situação do marido, que cumpre prisão domiciliar e está impedido de comparecer a eventos públicos. “Ele gostaria muito de estar aqui ou de falar por videochamada, mas não pode. A liberdade dele foi restringida, mas não vamos desistir. Em breve tudo isso vai passar”, afirmou.
A ex-primeira-dama também disse que tem se desdobrado para cuidar de Bolsonaro no dia a dia, ressaltando que a família enfrenta um momento difícil.
STF retoma julgamento do ex-presidente
Na terça-feira, 9 de setembro, o Supremo Tribunal Federal deve retomar o julgamento de Jair Bolsonaro. O ex-presidente é acusado de tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Caso seja condenado, as penas podem somar até 43 anos de prisão. Além disso, Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Pressão no Congresso pela anistia
No Congresso, aliados de Bolsonaro pressionam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para votar uma proposta de anistia. O debate gira em torno do alcance da medida: se ela seria aplicada apenas aos já condenados pelos atos de 8 de janeiro ou também ao ex-presidente e seus aliados.
O PL e partidos do Centrão lideram a mobilização, enquanto o governo federal se posiciona contra a proposta. O presidente Lula pediu mobilização popular para impedir a aprovação de qualquer tipo de anistia.
Segurança reforçada em São Paulo
A Polícia Militar de São Paulo preparou uma operação especial para acompanhar o ato, com monitoramento por câmeras do sistema Olho de Águia. O protesto começou com gritos contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, seguido pela execução do Hino Nacional.